Papiro que faz referência a mulher de Jesus é falsificado, diz professor
Francis Watson, pesquisador da Universidade de Durgham, afirma que o texto é uma colagem de outros textos coptasComo argumento, Watson cita uma quebra em uma das linhas – uma das palavras aparece pela metade, como se a primeira parte tivesse sido escrita na linha anterior – que teria sido copiada diretamente de outro texto. Segundo o professor, era comum as palavras serem quebradas no meio nos textos antigos, que não utilizavam hifens, mas a quebra dificilmente apareceria no mesmo lugar em dois textos diferentes, a não ser que o autor não dominasse o idioma. "O autor é evidentemente dependente do manuscrito do Evangelho de Tomé em copta, cuja divisão de linhas ele copia. Uma explicação óbvia é que o autor usou uma edição moderna impressa do texto copta, onde a divisão original de linhas foi preservada."
Debate sem fim - A historiadora Karen King ainda não se pronunciou sobre as críticas. No entanto, quando sua pesquisa foi anunciada, ela afirmou que o papiro havia sido analisado por dois especialistas no assunto, que confirmaram sua autenticidade. O professor Roger Bagnall, diretor do Instituto para o Estudo do Mundo Antigo da Universidade de Nova York, foi um deles. Em declaração ao site de VEJA, ele confirmou que acredita na veracidade do documento.
Francis Watson diz que mesmo que o papiro analisado pelos especialistas seja antigo, o mesmo não pode ser dito da tinta usada no texto. “Se testes químicos forem realizados para estabelecer a composição química da tinta, eles podem mostrar que tinta moderna foi usada e provar que é uma falsificação moderna”, escreveu. Karen King já havia prometido submeter a tinta a uma espectroscopia, técnica que analisa a composição química de um produto. Até lá, os questionamentos de Watson devem permanecer sem resposta. E, mesmo assim, nada indica que os resultados do exame devem acabar com a controvérsia.
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