O Senhor decretou estatutos para Jacó, e em Israel estabeleceu a lei, e ordenou aos nossos antepassados que a ensinassem aos seus filhos, de modo que a geração seguinte a conhecesse, e também os filhos que ainda nasceriam, e eles, por sua vez, contassem aos seus próprios filhos. Então eles porão a confiança em Deus; não esquecerão os seus feitos e obedecerão aos seus mandamentos. – Salmo 78:5-7 (NVI)
Aqui vai um palpite de Lucado sobre pais: pais e mães entram no negócio de criar filhos em épocas diferentes. Mães decidem se tornar mães bem antes que pais tomem a mesma decisão. Uma mãe carrega o bebê durante nove meses, tendo a oportunidade de se acostumar com a decisão de ser mãe desse novo membro da família.
O pai, no entanto, passa por sua rotina diária, na maioria das vezes, pouco afetado pelo que está se passando no ventre materno. Sem dúvida, ele está animado e dá todo apoio, mas, comparado à mãe, ele é um observador. Até a hora do parto. Daí, o mundo de papai toma um novo rumo. Ele olha no rosto daquela nova vida e é confrontado com a descoberta “Eu sou pai desta criança.” Ele precisa decidir se tornar pai. E esta decisão se torna a primeira de uma seqüência de decisões como dominós que estarão com ele pelo resto da vida. É uma escolha racional alterar sua vida, agenda, decisões e prioridades para ser um bom pai para aquela pequena vida em seus braços.
Para muitos, gerar um filho não é difícil. Mas, tornar-se um pai é bem difícil. É a primeira e mais importante decisão dos pais: tomar a decisão consciente de ser um pai.
Porém, a decisão de ser um pai, não é só uma decisão para a sala de parto. É uma decisão diária. No século passado, os pais viviam seu papel no dia a dia, trabalhando na fazenda ou num pequeno negócio familiar com seus filhos. Crianças passavam muito tempo ao lado dos seus pais, trabalhando juntos. Na sociedade moderna, no entanto, o emprego cria uma distância entre pais e filhos. Alguns pais deixam a casa antes que os filhos acordam. Outros chegam em casa muito tempo depois que os filhos chegam da escola. Conseqüentemente, é possível, e até comum um pai esquecer de seu papel de pai – e ficar desligado emocionalmente de seus filhos. Ao longo do dia, a cada dia, os pais precisam renovar sua decisão de ser pai. “Será que devo ir a essa reunião”? “Este encontro é essencial”? “Será que posso organizar esses compromissos para chegar mais cedo em casa”? Voltando para casa, os pais precisam lembrar de tirar o “chapéu” de trabalho e colocar seu chapéu de “pai”. É uma decisão para organizar seu tempo, tomando o cuidado de reconciliar seu trabalho com a prioridade de família.
Ser um bom pai significa tomar boas decisões que envolvem sacrifício. Decisões que dizem a nossos filhos o que é importante para nós.
Em seu livro “Alcançando o Sucesso Sem Falhar com Sua Família”, Paul Faulkner descreve as decisões de um executivo de planos de seguro saúde. Falando num congresso de executivos, o homem enfatizou a importância de ser primeiro um bom pai. A filha do homem estava na platéia.
“… no meio da sua palestra, o executivo virou para sua filha e perguntou “Querida, você se lembra da vez em que eu ganhei o prêmio por ter vendido um milhão em seguros por três anos consecutivos?
A filha dele respondeu “Não, pai, não me lembro disso.”
Daí, ele perguntou, “Bem, você lembra dos nossos passeios juntos para comprar sorvete?”
A isso ela respondeu “Aí, sim!”
Daí, o executivo virou para a platéia e fez o ponto de que filhas não se lembram quando você vende um milhão de seguros, mas, elas lembram de seus passeios juntos.
Pais precisam não só decidir estarem envolvidos com seus filhos, disponíveis e interessados naquilo que os interessa, mas, precisam decidir que tipo de modelo eles serão. Que privilégio incrível, o papel de moldar e formar pequenas crianças. Filhos têm uma capacidade única de captar – eles não só vêem e ouvem mais, mas, eles reproduzem o comportamento que observam em seus pais.
Paul Harvey conta uma história que é um bom exemplo deste ponto:
Nosso departamento “O que Vale” sabe que quando Grey Baker vai praticar golfe em Jackson, Mississippi – ele leva seu neto Trevor de três anos de idade como companheiro…
O menino tem aprendido o jogo observando.
Semana passada, vovô Baker levou um conjunto de tacos de golfe para o menino.
Neste último fim de semana, num churrasco em família no quintal de casa, o netinho que aprendeu golfe observando vovô anunciou “Olhem para mim”!
Daí, ele gritou um palavrão e jogou o taco numa árvore.
De todos os pais na Bíblia, um se destaca pela sua decisão de ser um pai segundo Deus. Ele tomou a decisão consciente de se tornar um pai adotivo da sua prima órfã, Ester. Ele poderia ser chamado de pai da coragem, porque ele inspirou a qualidade de coragem em sua filha. Você se lembra da história?
O pequeno livro de Ester revela a história de uma linda jovem Judia cuja perspicaz coragem salvou seu povo. Mardoqueu criou sua filha para tomar uma atitude na hora certa, para fazer a coisa certa.
Por causa da sua beleza, Ester virou rainha da Pérsia. Mardoqueu sabiamente a alerta para ocultar seu parentesco do Rei Xerxes. Quando Mardoqueu recusa se prostrar diante do chefe Hamã, ele se coloca em perigo por causa das suas convicções. Ele não se prostraria diante de ninguém, senão o próprio Jeová. Como resultado, Hamã conspira para destruir não só Mardoqueu, mas, todo o povo judeu também.
Mardoqueu insiste que Ester faça um apelo ao rei pelo povo deles. Ele pergunta “Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?” (Ester 4:14)
Ester devia confiar bastante em Mardoqueu, pois ela decidiu ficar diante do rei a favor do seu povo. Ela afirma “Se eu tiver que morrer, morrerei”. (Ester 4:16)
Palavras de fé, palavras de coragem. Palavras que uma filha podia dizer porque ela foi criada por um pai que tomou decisões certas. Lembre-se disso: uma crise não concede caráter; uma crise revela caráter. O caráter que Ester revelou deve ter sido aprendido observando o caráter de seu pai.
À medida em que o enredo se derenrola, Mardoqueu e a nação dos judeus são salvos e Hamã é executado.
Geralmente, quando estudamos o livro de Ester, vemos a força e devoção dela para com seu povo. Mas, Deus usou outra pessoa nesta história para alcançar seu propósito. Deus usou um pai fiel – um pai que influenciou uma jovem filha a ter coragem e convicções. Na hora certa, Ester fez a coisa certa, porque ela foi criada por um pai temente a Deus. Um pai que sabia que as decisões que ele tomaria à medida em que sua filha fosse crescendo ajudariam-na a tomar decisões segundo a vontade de Deus mais adiante na sua própria vida.
Baseado na pregação “Decisions Good Dads Make” (Decisões bons pais fazem) Copyright, © 1999 por Max Lucado. Tradução de Dennis Downing, 2009.
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